Novos padrinhos afetivos interessados participaram da 4ª chamada pública do Serviço de Apadrinhamento Acalento, realizado na quinta-feira (25 de setembro), no Auditório do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) da Universidade do Planalto Catarinense – Uniplac. O evento marca o início de uma nova etapa do programa, que agora possui respaldo legal para funcionamento pleno recém-instituído em Lages.
O que é o Serviço de Apadrinhamento Acalento?
O Serviço de Apadrinhamento Acalento foi instituído por Lei Municipal (Lei nº 4818) sancionada pela prefeita Carmen Zanotto, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei 8.069/1990) e Portaria n. 06/2017, incorporando dispositivos da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Lages.
O objetivo é garantir às crianças e adolescentes acolhidos no Serviço de Acolhimento Institucional (Saica) o direito à convivência familiar e comunitária. O apadrinhamento afetivo não é adoção e se dá por meio de visitas, passeios, participação em eventos, ou fins de semana com padrinhos; além de apoio material ou de serviços, conforme a modalidade de apadrinhamento. Atualmente, o programa conta com 32 padrinhos cadastrados: quatro afetivos, 18 prestadores de serviço e 10 provedores.
A prefeita Carmen Zanotto ressaltou a importância social e humana do programa, afirmando o compromisso da gestão com as crianças. “O serviço de apadrinhamento Acalento é uma demonstração de amor e solidariedade. Proporcionar a essas crianças e adolescentes momentos de convivência em família fortalece vínculos e oferece novas perspectivas de vida. Com a lei municipal que regulamenta o serviço, damos ainda mais segurança e estrutura para que o programa cresça e alcance mais pessoas dispostas a transformar realidades” enfatiza a prefeita.
O empresário Carlos Augusto Bloemer compartilha uma história marcada por afeto e propósito. “Fui adotado quando tinha apenas um dia de vida e sempre senti que tinha um chamado especial para trabalhar com crianças e adolescentes acolhidos em abrigos”, relata. Movido por esse sentimento, Carlos realizou o cadastro como padrinho afetivo em 2021. Dois anos depois, em 2023, recebeu a ligação que mudaria sua vida: foi convidado para ser padrinho afetivo e confirmar se ainda mantinha o interesse. “Aceitei na hora”, conta. Para oficializar o processo, ele gravou um vídeo como padrinho prestador de serviço, conheceu o afiliado e iniciou uma relação que, até hoje, segue forte. “Criamos um vínculo que vai além dos encontros. Continuamos em contato, construindo uma amizade que só cresce”, destaca Carlos.
A trajetória dele demonstra como o Serviço de Apadrinhamento Afetivo é capaz de gerar laços duradouros, fortalecendo a convivência comunitária e levando carinho e apoio a quem mais precisa.
Quais os tipos de serviço de apadrinhamento?
· Afetivo: padrinhos capacitados que mantêm contato regular com a criança ou adolescente, oferecendo companhia em fins de semana, feriados ou férias escolares, com foco no afeto, apoio emocional e convívio.
· Prestador de serviço: profissionais ou entidades que oferecem habilidades especializadas (saúde, educação, lazer, etc.) por meio de projetos ou ações dentro do Saica.
· Provedor: quem contribui com suporte material ou financeiro, seja para suprir necessidades básicas das crianças/adolescentes, ou para financiar cursos, vestimentas, reforço escolar, lazer, entre outros.
A secretária municipal de Assistência Social, Inês das Graças Salmória, salienta sobre o potencial transformador do serviço. “A chamada pública do Serviço Acalento oportuniza relatos, histórias e maior conhecimento do serviço, um momento importante para sensibilizar e envolver a sociedade. As três modalidades de apadrinhamento permitem que cada pessoa contribua dentro das suas possibilidades, seja com afeto, serviços ou apoio material. Nosso compromisso é garantir vínculos positivos e transformadores para as crianças e adolescentes acolhidos”, ressalta.
O chamamento contou com diversas pessoas interessadas no serviço para que se tornem padrinhos afetivos, fortalecendo a rede de apoio e garantindo que cada criança e adolescente tenha a oportunidade de vivenciar experiências de afeto e pertencimento.