Queijo artesanal serrano como elemento histórico-cultural e de geração de renda no campo

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Em 17 de junho de 2020, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial reconheceu o Queijo Artesanal Serrano (QAS) como produto com Indicação Geográfica (IG) Campos de Cima da Serra na modalidade de Denominação de Origem (DO). Esta foi a primeira DO para queijos nacionais.

A Indicação Geográfica (IG) Campos de Cima da Serra contempla os 18 integrantes da Associação do Municípios da Região Serrana de Santa Catarina (Amures) e 16 municípios do Rio Grande do Sul.

O projeto de qualificação e certificação do Queijo Artesanal Serrano teve origem em iniciativa conjunta da Emater-RS e Epagri (SC), como desafio imposto às equipes técnicas dessas instituições de pesquisa e fomento agropecuário, diante de casos de apreensão de queijos por fiscais sanitários.

O processo de legalização e qualificação iniciou, efetivamente, em 2008, quando a Epagri firmou o primeiro convênio com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A partir daí foi feito o resgate histórico do QAS, para caracterizar a região produtora, cadastrar e capacitar produtores, analisar as características físico-químicas e microbiológicas, bem como descrever o processo de produção e fabricação.

Depois disso, Emater e Epagri assinaram dois convênios com o MAPA: em 2013, para organizar a cadeia produtiva e obter a Indicação Geográfica (IG) para o Queijo Artesanal Serrano, e em 2016 para promover a melhoria da qualidade do queijo artesanal e a sustentabilidade da cadeia produtiva.

Nessa fase, realizaram-se as capacitações, estudos técnicos, simpósios, concursos e mostras de queijo serrano, além do monitoramento de análises físico-química e microbiológicas, consultoria e assistência às queijarias. Também foi criado conselho regulador e certificação das primeiras propriedades autorizadas a usar a representação gráfica da IG/DO em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

Queijarias Legalizadas na Serra Catarinense

Hoje existem oito queijarias legalizadas na região da Serra Catarinense: uma delas em Lages, com a denominação Coxilha Rica, uma em São José do Cerrito (D. Hilda), duas em Capão Alto (Iguaria Serrana/Tropeiro Velho e J Machado), duas em Ponte Alta (Maciel e Tobias), uma em Bom Retiro (Sítio Santo Antonio) e outra em São Joaquim (Tio Tácio).

Dentre as principais contribuições da Indicação Geográfica (IG) estão o valor agregado ao Queijo Artesanal Serrano, o estímulo aos investimentos na área de produção, valorização das propriedades e apoio ao turismo.

No mês de novembro deste ano, Lages sediou o “Workshop Interestadual do queijo artesanal, rotas de sabores e oportunidades”. O secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca, da Prefeitura de Lages, Pedro Donizete de Souza, participou do evento. “O queijo artesanal agrega valor às propriedades rurais e, mais que isto, é história, cultura. Agrega-se o QAS ao mel de bracatinga, à maçã fuji, ao Turismo Rural. Portanto, temos que cada vez mais valorizar essa cadeia produtiva”, destaca o secretário.

Na Serra Catarinense, a associação Aproserra congrega os produtores de queijos abrangidos pela Amures.

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