O empreendedorismo feminino tem sido cada vez mais valorizado e reconhecido como uma importante fonte de crescimento econômico e social no Brasil. As mulheres têm se destacado em diversos setores, especialmente no de Microempreendedor Individual (MEI), compondo quase metade dos MEIs do país, de acordo com levantamento do Sebrae.

Esse crescente interesse e envolvimento das mulheres no empreendedorismo reflete a busca por autonomia financeira, flexibilidade e independência no trabalho. Além disso, o empreendedorismo feminino tem um importante papel na redução das desigualdades de gênero, na geração de renda e no desenvolvimento econômico local.

Por isso, é fundamental entender melhor a participação das mulheres nesse mercado, as atividades econômicas mais populares entre elas, os desafios enfrentados e as características empreendedoras que as tornam bem-sucedidas.

As mulheres MEIs estão mais presentes em atividades relacionadas à prestação de serviços, com destaque para as áreas de beleza e alimentação. O comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios também é uma atividade com forte presença feminina.

Dessa forma, os MEIs femininos no Brasil estão concentrados em algumas atividades econômicas que, em geral, são caracterizadas por serem de baixo investimento inicial e baixa complexidade técnica. No entanto, essas atividades também podem representar oportunidades importantes para as mulheres empreendedoras, especialmente em termos de flexibilidade e autonomia.

DESAFIOS ESPECÍFICOS ENFRENTADOS PELAS MULHERES

• Dificuldade de acesso a crédito – De acordo com o levantamento do Mercado e Consumo, quase 70% das mulheres que não empreendem atualmente dizem que o motivo é a falta de recursos financeiros.
• Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal – O levantamento do Mercado e Consumo também mostra como a rotina dessas mulheres é particularmente desafiadora, muito em razão da dupla jornada profissional e doméstica, que 63% consideram “muito difícil e desafiadora” ou “difícil e desafiadora”.
• Discriminação e preconceito de gênero – De acordo com uma pesquisa da FGV, 48% das mulheres que têm filhos acabam não incluídas apropriadamente no mercado de trabalho e saem dele em até um ano após a volta da licença maternidade, na maior parte das vezes porque são demitidas.
• Desigualdade salarial – Conforme dados levantados pelo Sebrae, mesmo mais escolarizadas, as mulheres ainda faturam menos que os homens: enquanto 31% dos homens têm renda familiar acima de 6 salários mínimos, o número cai para 22% quando falamos das empreendedoras

CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS DAS MULHERES MEIS

RESILIÊNCIA: além de enfrentar os desafios comuns a todos os empreendedores, as mulheres muitas vezes têm que lidar com preconceitos e barreiras adicionais no mundo dos negócios. Por isso, a resiliência e a capacidade de perseverar são características fundamentais para quem decide empreender.

CRIATIVIDADE: as mulheres muitas vezes são incentivadas desde cedo a desenvolver sua criatividade em áreas como a moda, o artesanato e a culinária, o que pode ser uma vantagem na hora de criar produtos e serviços diferenciados.

CAPACIDADE DE SE RELACIONAR: muitas vezes elas são mais empáticas e têm maior capacidade de se colocar no lugar do outro, o que pode ser uma vantagem na hora de se relacionar com clientes, fornecedores e parceiros, criando relações duradouras e benéficas.

SENSO DE PROPÓSITO: muitas empreendedoras são movidas por uma missão maior do que simplesmente ganhar dinheiro, buscando contribuir para a sociedade de alguma forma e fazer a diferença. O senso de propósito é fundamental para manter a motivação e a paixão pelo negócio mesmo nos momentos mais difíceis.